Então cá estamos nós. Eu consigo ver novamente. Perceber além do que se vê, aliás. Consigo ver tudo o que não somos e o que poderíamos ser, mas nunca seremos. Não, não faço nada. Esse conto de nadas é a nossa história. Não me equivoquei. Não falo de conto de fadas, é de nadas mesmo. Às vezes as luzes me escapam dos olhos e só percebo uma cegueira branca, aquela dos que não querem enxergar com a razão. Mas depois, em momentos como esses consigo ver outra vez. Esse tudo e nada que somos. Acho que gosto dessas coisas improváveis, aquilo que nunca poderá ser em dia algum, porque o faz deliciosamente impossível. Gosto das verdades que vomitamos em dias ruins. Você deveria saber que esses seus silêncios me ferem muito. Talvez você conseguisse ocupar mais o meu tempo com ladainhas cotidianas, como o lanche que comeu no almoço ou seu novo corte de cabelo. Acho que gosto da desconstrução, como essas palavras tortas que escrevo. E continuo não me importando, mesmo que o pior de tudo seja olhar a vida passar, debruçado da janela. É por essa janela que quero te ver entrar pela porta da frente, entrando pra ficar. Ainda que eu não acredite nisso, mas querendo que seja verdade, querendo que seja urgente, querendo que seja pra sempre.
"Não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar. Tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma?"
Um comentário:
Você é foda [2]
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