segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Era paralisante, aquela sensação de que um buraco imenso tinha sido cavado em meu peito e que meus órgãos mais vitais tinham sido arrancados por ele, restando apenas sobras, cortes abertos que continuavam a latejar e a sangrar apesar do passar do tempo. Racionalmente, eu sabia que meus pulmões ainda estavam intactos, e no entanto eu arfava e minha cabeça girava como se meus esforços não dessem em nada. Meu coração também devia estar batendo, mas eu não conseguia ouvir o som de minha pulsação nos ouvidos; minhas mãos pareciam azuis de frio. Eu me encolhi, abraçando as costelas para não partir ao meio. Lutei para ter meu torpor, minha negação, mas isso me fugia.
Senti o chão de madeira liso sob meus joelhos, depois sob a palma das mãos e, em seguida, comprimido sob a pele do meu rosto. Eu esperava estar desmaiando, mas, para minha decepção, não perdi a consciência. As ondas de dor que me haviam assaltado pouco tempo antes se erguiam agora com força e inundaram minha cabeça, puxando-me para baixo.
Não voltei à superfície. - New Moon-

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