Todo carnaval tem seu fim

Carnaval de 'Milk', filme de Gus Van Sant, um dos meus diretores preferidos e 'O casamento de Rachel' no cinema com melhor amigo, de jantares no Exquisito, de despedida da irmã querida, rumo aos States. Carnaval de tarde inteira deitada fazendo nada, de chocolates trazidos pelo pai no fim da noite, como nos velhos tempos, de churrasco na casa dos tios, e de Gambiarra com amigos e familiares em domingo animado. Carnaval de brincar de ser feliz.

Carnaval só ano que vem

Não deu vontade esse ano. As fantasias pesavam nas costas e as cores ofuscavam os olhos. Não teve alegria suficiente. A euforia desmedida dos foliões será vista de longe. Faltou magia. Nada de serpentinas, nada de espumas, nada de músicas frenéticas. Na TV apenas alguns borrões daquilo que já não é mais obra de arte, daquilo que este ano não me parte. Nas ruas apenas máscaras que escondem verdades e que tentam de alguma maneira se encontrar, mas que no fim se perdem na avenida. Este ano não quero aprender nenhum refrão, não quero balancê, não quero pintar meu rosto, não quero desfilar meu corpo. Aqui dentro apenas o vazio de um bloco só e alguns entorpecentes de uma cartela de 4 pílulas que se acabam em uma quarta-feira, em cinzas. Carnaval agora, só ano que vem.

Eu te amo você

Hoje é dia de Jamiroquai na vitrola, cantado com melismas que alcançam notas incríveis. O começo de tudo.
Hoje é dia de nostalgia. Lembrar de todas as noites que eu resolvia não voltar pra casa, então ficávamos juntos, preparávamos o miojo e gelávamos a bebida, para nosso incrível jantar, e depois dormíamos com as panças cheias de massa do macarrão e das bolhas do champagne. O meio de tudo.
Hoje é dia de celebrar essa amizade, esse amor de irmão que construímos com todas as coisas acima e tantas outras que não caberiam nem em um milhão de páginas. Hoje é dia de constatar que nem um ano inteiro longe foi capaz de diminuir a nossa cumplicidade ou mudar alguma coisa entre nós. Hoje é o seu dia, melhor fotógrafo do mundo, homem mais lindo do mundo, amigo mais incrível do mundo. E isso está longe de ser o fim de tudo.

Para Bruno Geraldi.

Sem açúcar, sem afeto

Esqueci de falar sobre São Paulo Fashion Week, mas são tantos que ainda me perguntam como foi, que resolvi escrever. A verdade é que foi tudo tão maçante que parecia ser o mês da moda, não a semana. Demorou horrores pra acabar e ninguém via a hora de realmente terminar logo [principalmente eu que não vou pra fazer crítica de moda, sentadinha, com caderneta de anotações, fazendo cara de influente e poucos amigos]. Disseram que era culpa da crise. Quem viu concluiu: tudo sem açúcar, sem afeto.

Vejo coisas muito mais interessantes neste universo aqui: http://lookbook.nu
(dica incrível do incrível Fabixu em www.fabricioteixeira.blogspot.com)